sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Motivados ou não?



Na noite de hoje estive ministrando em nossa congregação. Ministrei em Filipenses 3:12-14, um assunto tanto quanto importante justo neste mês de encerramento de ano. Para mim não há um mês tão crítico como o de dezembro, pois, é um mês em que todos param para fazer uma análise de como foi o ano e nesse balanço de fim de ano é que nos damos conta se conquistamos algo, ou perdemos, muito ou pouco, ou tal vez na vida de algumas pessoas possam estar hoje pior do que quando começou o ano, o fato é que para todos e principalmente para cristãos é um mês em que todos estão sujeitos a se verem frustrados ou realizados, tristes ou alegres. Em muitos casos a frustração (ato de desilusão ou insatisfação por não alcançar ou realizar o que se deseja), está presente e muito forte, e há pessoas que as vezes transferem esta condição ou culpa até para Deus. Pois nós cristãos usamos da fé, do poder de Deus, das campanhas e orações para buscar a realização de nossos ideais, não tendo a certeza de que tudo que pedimos será respondido. Então olhamos para o cenário de festas em que a sociedade está dominada pelo consumismo e muitos acabam assistindo vizinhos reformarem suas casas, trocarem de móveis, comprarem carros, etc... E é aí que se torna pior ainda, pois este espírito avassala de vez com as emoções das pessoas, principalmente nesta data.

O texto em apreço, é um testemunho em que o apóstolo Paulo dá, ele diz acerca da sua posição em relação a salvação, entende-se claramente que o grande Paulo, o cara, depois de Cristo o homem que mais importante para o cristianismo, o doutrinador. Homem de família rica, e bem sucedida, doutorado em teologia na faculdade de Jerusalém, de grande reputação social e religiosa, esse mesmo agora um servo do Senhor está dizendo que com tudo que fez e contribuiu à igreja, não afirmava, nem julgava ter alcançado a salvação. Disse ele que a tinha por alvo e estava deixando tudo para trás e prosseguindo em busca dele.

É exatamente o verso 14 "prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." que Paulo revela a sua real e verdadeira "motivação" de está na caminhada. Ele poderia estar motivado por tantos e outros motivos, poderia ele estar vivendo na igreja pensando em melhorar de vida, arrumar uma linda e abençoada mulher, entre outros... Na realidade as pessoas hoje que vem para as igrejas têm vindo com motivações equivocadas; na sociedade brasileira hoje, ser evangélico é status. O evangelho está sendo oferecido como um produto transformador de vidas sociais (materiais), pessoas chegam às igrejas já com um pacote de ideais a serem concretizados por Deus, e cada vez mais tem se tornado difícil de anunciar o genuíno evangelho por causa das exigências sociais. Igrejas realizam cultos e campanhas da vitória, de poder, de milagre, e tantas outras coisas e não se vê esse mesmo empenho a santidade, ao perdão, ao arrependimento... Suas motivações são unicamente seus mundos físicos e egocentrico. O espírito mundano têm influenciado as igrejas, cantores e preletores cobram caríssimo para estarem induzindo ao povo a sair por aí comprando, trocando, afiançado por Jesus, como se Ele fosse no final do mês descer do trono para pagar as dívidas deixadas pelo povo, persuadidos por mensagens emocionais, mundanas e capitalistas. Sem falar de que se um deles ler esse artigo dirá que não tenho fé, ou minha mente é pobre demais, tenho espírito de miséria, ou ainda que não possuo conhecimento para tomar posse do melhor da terra.

É terrível nossa realidade. No verso anterior, o versículo10, Paulo cita o que pra mim é a mais clara referência no N.T. de que nossa vida é de dificuldade, tristeza, tribulação, angústia e de muitas dores. Dores essas que nos leva num mês como esse se não vigiarmos, perder a cabeça. Ele nos orienta que o sofrimento é necessário se quisermos parecer com Cristo. "Para o conhecer e o poder da sua ressurreição e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte," e com isso entendemos muito bem o que ele relata a partir do verso 4, falando de toda a sua renuncia para estar a cada dia mais parecido com o seu Senhor.

Pense comigo: O que de fato te faz esta na igreja? o que você espera de Deus, mesmo quando seu parente está com peru na mesa, bacalhau, pernil, um grande banquete enquanto sua mesa está vazia? Enquanto muitas pessoas estão esbanjando suas economias e outros mal dá pra um franguinho com coca mil. Não se frustre, nem se indigne com você, seu próximo ou até com Deus, pois quanto mais padecemos, mais parecido com Jesus nos tornamos. Não permita que essa depressão causada pelo espírito de fim de ano que o mundo desfruta venha intervir em seu relacionamento com Deus. Nossa recompensa em breve chegará.

Pensando em um povo que passa por adversidade e muitas das vezes não tem condições de ter alguma coisa melhor em seus dias, aconselho aos amados pastores que sejam prudentes e criteriosos ao ceder seus púlpitos a preletores que ao invés de serem bênção são na verdade um grande problema aos rebanhos de Cristo.

que Deus vos abênçoe! Boas Festas!

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